Dr.Alfonso
Maria Garcia Bittencourt foi eleito diretor clÃnico do hospital, mas ainda não
tomou posse porque não teria concordado em compactuar com irregularidades.
Milhares de
pessoas que dependem de atendimento e tratamento médico no Hospital Regional
“Dr.Osires Florindo Bittencourt”, de Ferraz de Vasconcelos, estão sendo
prejudicadas em consequência de um impasse na gestão do estabelecimento que se
arrasta desde março deste ano. E pior que isso: estariam ocorrendo graves
irregularidades administrativas que agravam ainda mais o já normalmente
deficiente atendimento do hospital de Ferraz.
O problema
todo começou com a eleição, em março, do dr. Alfonso Maria Garcia Bittencourt
para as funções de diretor clÃnico. A eleição foi realizada pelos médicos que
prestam serviços no hospital e homologada pelo Cremesp (Conselho Regional de
Medicina do Estado de São Paulo), conforme determina a Secretaria Estadual da
Saúde.
O médico
eleito deveria ter tomado posse em maio. Sua posse, porém, está sendo impedida
pelo diretor técnico Dirceu Yoshiaki Kanaguchi que, a revelia da legislação que
legitima a eleição, indicou para o cargo o dr. Joaquim Manoel Secani.
Esta
situação já foi encaminhada ao Ministério Público, à Secretaria da Saúde e, na
forma de denúncia por “desvios de verbas públicas”, ao delegado dr. Valter
Lobisani, titular da delegacia de PolÃcia de Ferraz de Vasconcelos.
Segundo o
dr. Alfonso Bittencourt, na época da eleição ele foi procurado pelo dr. Dirceu
Kanaguchi que teria lhe oferecido plantões extras para que, após sua posse, a
grade administrativas de plantões continuasse com ele (dr. Dirceu). “Com a
minha resposta negativa, ele nomeou o dr. Joaquim Manoel Secani para o meu
lugar, sendo que nenhum dos dois respondem civil ou criminalmente pelo fato, o
que configura falsidade ideológica”, informa Bittencourt.
Segundo ele,
“é prática comum vários médicos receberem por plantões extras sem tê-los
realizados, sendo que esses recebimentos são devolvidos no todo ou em parte
para a diretoria técnica”. O médico afirma que isso já “resultou no pedido de
exoneração de vários profissionais honestos para não serem envolvidos em
negócios escusos”.
O dr.
Bittencourt afirma que está sendo perseguido no hospital pelos dois colegas,
drs. Kanaguchi e Secani. “Circula no hospital um abaixo assinado solicitando
minha destituição da diretoria clÃnica pelos colegas médicos, através de
sindicância. O dr. Secani anda pelo hospital acompanhado de um psiquiatra, o
dr. AloÃsio Priuli, difamando-me, dizendo que eu estou num surto psicótico, sem
condições de exercer as minhas funções, o que é inverÃdico, pois estou no pleno
exercÃcio das minhas faculdades fÃsicas e mentais. Também fui ameaçado pelo dr.
Secani, que afirmou que eu sofreria ‘consequências’ se continuasse insistindo
em assumir a diretoria clÃnica do hospital”, denuncia o dr. Alfonso
Bittencourt.
Segundo o
médico denunciante, a situação do Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos
atualmente é “caótica”. Ele revela que foram fechadas a UTI Pediátrica e a CTI
Adulto e faltam plantonistas durante a semana e, principalmente, nos fins de
semana, pois “os doutores Kanaguchi e Secani não organizam o hospital”.
“O
governador Geraldo Alckmin e o secretário Giovanni Guido Cerri providenciam
recursos para o perfeito funcionamento do hospital, porém, infelizmente, esse
grupo, através de desvios de verbas públicas, não permite o atendimento correto
e humano à população”, finaliza Bittencourt.
A reportagem
do jornal Arujaense tentou, na última sexta-feira, falar com os médicos citados
mas não conseguiu encontrá-los.
O Hospital
Regional de Ferraz de Vasconcelos atende uma média de 30 mil pacientes por mês
em dez municÃpios do Alto Tietê, entre eles Arujá, Itaquaquecetuba, Poá e
Suzano.
Moacyr Custódio