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COVARDIA NO TRÂNSITO

Sexta-feira (23), Jabaquara, Zona Sul de São Paulo. Um Corsa bate no pára-choque de uma picape Montana. Motoristas e passageiros discutem. Ocupantes do carro pequeno teriam agredido o motorista da picape, que estava acompanhado da namorada. Ele retorna ao veículo, pega uma pistola 380 e, sentado, sem olhar, dispara um tiro para trás. Atinge Alexandre Andrade Reyes, de 18 anos, que morre a caminho do hospital.
 
     O assassino, o comerciante Ismael Vieira da Silva, que se entregou à polícia na terça-feira (27), foge do local. Na delegacia, afirma que atirou por temer que os amigos do jovem morto agredissem sua namorada.
 
     Sexta-feira (23), Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Após discussão no trânsito, o aposentado Itamar Campos Paiva, 45 anos, desfere um golpe de barra de ferro na cabeça do gerente de compras André Luiz Reuter Lima, da mesma idade. A vítima está internada em como induzido e o agressor se entregou à Polícia, também na manhã de terça-feira. Na delegacia, afirmou que foi agredido pela vítima, o que foi desmentido por sua própria mulher, que o acompanhava.
 
   Dois casos semelhantes ocorridos no mesmo dia nas duas maiores cidades brasileiras, em que o trânsito é intenso, com um carro para cada dois habitantes, congestionamentos, gente tensa, porte ilegal de arma, jovens nas baladas, consumo de álcool e drogas...ingredientes que, somados à intolerância e uma pré-disposição em mostrar que um é mais valente que o outro, provocam brigas e mortes, seguidas por lares destruídos, vidas precocemente ceifadas.
 
   O que leva uma pessoa, cujo caminho se cruza ao acaso com outra, a matar alguém que viu pela primeira vez na vida? E o que leva cidadãos a brigarem  na rua como cães vira-latas, após uma batida de carro, uma ultrapassagem indevida?
 
   A verdade é que não está mais havendo entendimento entre os seres-humanos devido a insensibilidade, a prepotência e a indiferença em relação ao outro. É claro que esta não é uma situação generalizada, já que muitos acidentes que ocorrem todos os dias nas grandes cidades não chegam as vias de fatos, mas as brigas são cada vez mais frequentes.
 
   Necessário seria que os motoristas se desarmassem de rancor, aprendessem a contar até dez antes de tomarem atitudes das quais certamente se arrempenderão no minuto seguinte. E que as autoridades investissem em campanhas educacionais, controlassem melhor a emissão de carteiras de habilitação e executassem projetos para melhorar o trânsito nas grandes cidades.
 
   Nada disso, porém, justifca essas brigas de rua. Civilidade, solidariedade, amor ao próximo, essas, sim, são virtudes que estão faltando nessas horas em que um ato de covardia tira a vida de uma pessoa após a colisão da porcaria de um carro.
 
MOACYR CUSTÓDIO
 

 
 
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