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DEPRESSÃO

-  M E D I C I N A     E    S A Ú D E  -
-  A R T I G O  -

 Dr. Paulo Mendonça, natural de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, é Médico Neurologista, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense em 1978 e titulado em neurologia pela Academia Brasileira de Neurologia, filiada brasileira da Federação Mundial de Neurologia. É Membro Titular dessa academia. É pós-graduado em Medicina do Trabalho pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e em Desenvolvimento de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Autor de vários trabalhos científicos publicados em revistas indexadas internacionalmente. Mora em Curitiba e tem consultório na cidade de Santo Antônio da Platina, PR. É autor do livro "Mulher um resgate íntimo" - veja detalhes ao final do artigo. E-mail: paulomendonca@drpm.com.br.
 


DEPRESSÃO
Por Dr. Paulo Mendonça (*)
A Depressão foi identificada como o mal do final do século XX e evolui nesse século em patamares mais elevados. Manifesta-se com múltiplas características, podendo variar de uma pessoa para outra: sensação de tristeza, ansiedade ou agitação; estados de pânico e desespero, com adormecimento dos lábios, mãos, cabeça ou todo corpo, muitas vezes combinando com desmaios; compulsividade, fazendo a pessoa comer, comprar ou fazer outras coisas de forma exagerada; preocupação excessiva, dores de cabeça, de estômago, no peito, nos intestinos, com diarréias imotivadas ou muitas outras dores exacerbadas sem motivo aparente; excesso de sensibilidade a ruídos e a luminosidade, tonturas, falta de ar, aperto no peito, “batedeiras”, desânimo e falta de apetite sexual, falta do sono noturno e/ou pesadelos, sonolência diurna, diminuição da memória, dificuldade no raciocínio, de concentração ou um estado de “zonzura” mal caracterizado; alterações no tom de voz, como a rouquidão; alterações de sensibilidade ao calor ou ao frio, mãos e pés frios e molhados e muitos outros.

Esses sintomas, acima citados, condicionam o indivíduo a sofrer vários desconfortos. Seu cérebro passa a identificar como sendo sofrimentos reais ou doenças propriamente ditas, podendo induzir, direta ou indiretamente, o aparecimento de uma série de enfermidades como o diabetes, gastrites ou úlceras, colites ulcerativas, hipertensão ou hipotensão arterial, aumento da coagulação do sangue, enxaquecas, enfartes, derrames, disfunções hormonais, alterações menstruais, ganho ou perda de peso, queda de cabelo ou outras doenças da pele, doenças reumáticas, enfim, inumeráveis outras enfermidades incluindo várias formas de cânceres. Tudo isso leva as pessoas a uma longa peregrinação por dezenas de consultórios médicos, especialistas diversos e a exames sofisticados, sem nada ser diagnosticado. “...Mas doutor ! Eu sinto... Como não tenho nada? ‘Bolas’, ninguém consegue descobrir a minha doença !!!”.

            A Depressão é um estado psicológico que muito se assemelha com as reações de stress. Vamos fazer uma comparação?

REAÇÃO DE STRESS

Quando sofremos alguma agressão, seja ela física, química, biológica ou psicológica, nossos sistemas de defesa, específicos para cada agressão, imediatamente entram em ação, defendendo-nos daquele mal.

Uma das funções dos sistemas de defesa é chamada Reação de Stress, que acontece contra uma ação estressante que esteja acometendo o organismo de uma forma nociva. Logo, Reação de Stress não é uma doença; é um estado fisiológico de defesa dos organismos vivos. Existem dois tipos de Reações de Stress: Reação de Stress Crônico, evidente quando a nossa sabedoria ou nosso organismo encontra-se à espera de um perigo. Reação de Stress Agudo, quando vivemos o perigo propriamente dito.

A vida moderna artificializou nossos costumes e nos condicionou sofrer mais da Reação de Stress Crônico que da Reação de Stress Agudo. Tudo em decorrência de nossas incertezas do porvir, condicionando-nos a uma preocupação constante (crônica). Por outro lado, não enfrentamos o perigo propriamente dito, como esperamos, ou seja, não vivemos a Reação de Stress Agudo na mesma ordem de grandeza quando comparada com a crônica. Esse desequilíbrio na balança entre o Stress Crônico versos Stress Agudo que nos adoece. Os sintomas desse desequilíbrio podem se manifestar de muitas formas, porém o estado de depressão predomina.

EXEMPLIFICANDO: Uma pessoa encontra-se preocupada com seus problemas financeiros. O organismo identifica uma situação de perigo iminente mas não como sendo um problema financeiro e sim um perigo biológico relacionado à sobrevivência animal como se a pessoa fosse uma presa, prestes a ser atacada por um predador.

O que acontece com o animal, prestes a ser atacado? Vontade de se esconder, de se isolar. Aumento de todas as sensibilidades para perceber a chegada do predador. Aumento da sensibilidade dolorosa (dói tudo). Aumento da sensibilidade visual (a luz incomoda). Aumento da sensibilidade auditiva (ruído incomoda). Perda do sono noturno (à noite os gatos são pardos) e desânimo e sono diurno (pela falta do sono noturno e para conservar energia). Aumento da coagulação do sangue para evitar hemorragia caso seja mordido (facilita enfartes e derrames) Esses sintomas não são muito parecidos com alguns estados de Depressão?

Imaginemos agora uma pessoa com depressão, parada na rua e um cão bravo a ataca. O seu cérebro dá as ordens: “pernas, coração, respiração, pra que ti quero?” A pessoa sai numa carreira e o cão bota a língua para fora antes dela, pois não se encontrava vivendo o estado de stress crônico, ou seja, não estava preparado para tal corrida. Ao se ver livre do perigo e após ter passado o susto, a pessoa depressiva tenderá a viver alguns dias saudáveis, pois o estado de stress agudo teve a mesma potência que o estado de stress crônico.  Houve um equilíbrio. Mas como o problema financeiro persiste, cerca de três dias depois tudo volta a ser igual.

CONCLUSÃO: Uma pessoa que vive uma situação de stress crônico (depressão), poderá ter uma sensível melhora caso pratique um esporte coletivo ou faça ginástica aeróbica.

IMPORTANTE: Existem outras formas de depressão muito mais graves, porém o que mais acomete, na atualidade, é uma conseqüência direta do desequilíbrio dos estados de stress.

 
 
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